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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 26 de abril de 2024
 

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Mensagem: A repetição da ´bestage´, sete anos depois Alberto Sena A “bestage” que o ex-prefeito Luiz Tadeu Leite queria fazer com a Praça de Esportes – Montes Claros Tênis Clube (MCTC) – em 2011, sete anos atrás, o atual prefeito, Humberto Souto quer repetir, agora. Em vez de revitalizar ou requalificar a Praça de Esportes, devolver a ela a dignidade quase perdida, o prefeito vai transformar o espaço, latente no cerne da memória dos montesclarinos, em estacionamento de veículos. A notícia chegou, aqui, nos píncaros da Serra do Curral, por meio de um artigo assinado por Farley Soares Menezes, advogado especialista em Direito Administrativo e Direito Tributário. Segundo ele, “Humberto inicia a destruição da Praça de Esportes e resolve transformá-la em estacionamento”. Publicou, no início do maior Carnaval de Montes Claros, o decreto 3645, de 9 de fevereiro. Hoje, vejo a notícia publicada no jornal Gazeta Norte Mineira, com o secretário Municipal de Esportes, Igor Dias, explicando, entre outras coisas, que a Praça de Esportes é deficitária. Gasta por mês R$ 10 mil de energia elétrica e R$ 10 mil de água sem possuir nenhuma fonte de renda. Os 79 estandes do chamado “Calçadão Popular” não pagam aluguel, e nem mesmo o restaurante local. Mas será que não há uma outra maneira de tornar o espaço privilegiado da Praça de Esportes em algo na mesma linha esportiva para se tornar superavitário? Sem desvirtuar a finalidade daquela área tão presente na memória de gerações de homens e mulheres, a maioria ainda presente, graças a Deus, para ver o fim do cenário de suas muitas histórias? Neste ponto me recordei da crônica dirigida ao então prefeito Luiz Tadeu Leite, ocasião em que me utilizei da expressão “bestage” usual em Montes Claros, para criticar a tentativa de destruição da Praça de Esportes, espaço privilegiado antes, nas décadas de 50/60/70, e mais ainda nos dias atuais devido à sua localização na paisagem urbana. Certos pontos da crônica escrita em 2011 encaixam direitinho no caso do prefeito Humberto Souto. “Naquelas manhãs e naquelas tardes de décadas atrás, em Montes Claros, desde a infância, passando pela adolescência e a fase adulta, será que o prefeito em algum momento pensou no desastre à memória física da cidade, o fim da Praça de Esportes como patrimônio público? Será que ele avaliou o dano à memória cognitiva e transcendental de milhares de montesclarinos?” “Não me recordo de nenhuma vez ter encontrado o prefeito naqueles embates aguerridos em torno das mesas de pingue-pongue da Praça de Esportes. Nem nas saborosas peladas daquelas tardes e nos domingos, depois da missa na Catedral ou na Matriz. Ele pode até ter vivido a Praça de Esportes de antes. E em algum ponto pode até ter a marca dele, mas se ele não tem a noção real do que faz, isto é o suficiente para duvidar do amor que ele possa ter por Montes Claros. Transformar um lugar daquele em estacionamento é algo tão indigno da Praça de Esportes. Visa atenuar um problema e poderá criar muitos outros. Fazer o que o prefeito intenta fazer sinaliza claramente, como os claros montes ao redor, o desamor pela memória da cidade. As histórias de Montes Claros se vão perdendo por falta de atenção. Seria o caso de o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros tomar uma atitude a respeito. O Automóvel Clube, com meio século de existência, um lugar onde aconteceram encontros memoráveis, tanto festivos quanto políticos, da noite para o dia foi desativado e sabe lá o que poderá acontece ao imóvel, a essa altura correndo todos os riscos, inclusive o de vir abaixo para dar lugar a um edifício. Afinal, a cidade está crescendo para cima. A memória de Montes Claros vai indo de popa ao vento. Dilui feito fumaça. O clássico exemplo é a Rua Doutor Santos. A transformação da principal rua da cidade aconteceu em menos de 40 anos. Até a década de 70, ela possuía graça. Casarões antigos, que, se preservados, dariam um toque especial à hoje desfigurada Rua Doutor Santos. O prefeito Humberto Souto poderá ficar marcado na história de Montes Claros como o prefeito que deu o golpe mortal na nossa memória. Na memória de quem deu braçadas na piscina olímpica; de quem fez acrobacias ao pular dos trampolins; de quem fez a galera gritar de emoção no Ginásio Darcy Ribeiro; de quem furtivamente, escolhia a Praça de Esportes como recanto para namorar. Nem vou repetir aqui quesitos importantes tratados por outros defensores da manutenção da integridade da Praça de Esportes. Nem me julgo no direito de crucificar a administração pública porque há décadas não vivencio o dia a dia da cidade. E, é claro, quem defende a medida do prefeito para considerar nossa reação como “saudosismo”. Se achar isso, é porque não entende da importância da memória coletiva. Prefere o “alzheimer urbano”. Mas, alertar o prefeito, sugerir a ele utilizar-se da medida do bom senso para não cometer “bestage” que o marcará para sempre, isto eu posso fazer daqui dos píncaros da Serra do Curral, como fiz quando o prefeito era Luiz Tadeu Leite. Posso e faço-o, agora, em bom “montesclarês”: prefeito deixa de “bestage”.

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