No mesmo dia da chegada do seu almirante ao Brasil, Estados Unidos oferecem quase 57 milhões de reais a quem identificar o grupo Hezbollah na fronteira do Brasil
Segunda 19/05/25 - 18h33O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (19) uma recompensa de até US$ 10 milhões (aproximadamente R$ 56,5 milhões) por informações que ajudem a desmantelar as redes financeiras do grupo Hezbollah na região da Tríplice Fronteira — área que abrange partes do Brasil, Argentina e Paraguai.
A iniciativa, divulgada pelo programa Rewards for Justice do Departamento de Estado norte-americano, busca dados sobre atividades ilícitas atribuídas ao grupo, como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, contrabando de carvão e petróleo, comércio ilegal de diamantes, falsificação de documentos e moeda, além de operações comerciais em setores como construção civil e mercado imobiliário.
Os Estados Unidos estão interessados em informações sobre empresas de fachada, instituições financeiras e facilitadores que possam estar ligados ao financiamento do Hezbollah na América Latina.
As denúncias podem ser feitas de forma anônima por meio de aplicativos como Signal, Telegram e WhatsApp, ou pela rede Tor.
O anúncio ocorreu no mesmo dia em que o almirante Alvin Holsey, comandante do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA, chegou a Brasília para uma série de reuniões com autoridades brasileiras.
Jornais disseram que a oferta de recompensa foi feita sem aviso prévio ao Itamaraty, o que gerou desconforto entre militares brasileiros, que consideraram a ação uma possível provocação e um precedente preocupante nas relações bilaterais.
O Hezbollah é classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos desde 1997 e, segundo estimativas do Departamento de Estado, arrecada cerca de US$ 1 bilhão por ano por meio de apoio estatal, negócios internacionais, redes de doadores e atividades ilegais.