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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 7 de maio de 2024
 

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Mensagem: Perigo que vem do lixo Waldyr Senna Batista Só o fato de a Prefeitura estar buscando alternativa para o processamento do lixo recolhido na cidade indica que o atual modelo há muito se esgotou e causa preocupação, pois há até risco de desequilíbrio ambiental. Em recente entrevista, ao defender a privatização do sistema, operado pela Esurb, empresa municipal, o prefeito Luiz Tadeu Leite informou que a inevitável mudança possibilitará economia mensal de R$ 300 mil. E destacou: “O mais importante é que, na iniciativa privada, além de ficar mais fácil a fiscalização, o serviço ganha mais eficiência” – comentário surpreendente mas absolutamente correto.Mas vem de longe essa tentativa de privatização do serviço, objeto de licitação pública na administração anterior. O processo não foi concluido devido a embargo interposto no TCE – Tribunal de Contas do Estado por concorrentes derrotadas. A empresa vencedora propunha o aproveitamento do lixo para geração de energia, ao preço de R$ 27,00 por tonelada de lixo processado, utilizando tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos. E cuidaria de instalar novo aterro sanitário. Com a paralisação, a situação só tende a agravar-se. São recolhidas na cidade em torno de 220 toneladas de lixo, por dia, e não há mais onde depositar esses detritos. “O aterro não pode continuar como está”, afirmou o prefeito, na mesma entrevista, no que é seguido por técnico de meio ambiente cuja identidade não foi citada: “Do jeito que está hoje, o aterro sanitário chegou ao seu limite e virou praticamente um lixão a céu aberto. A situação está insustentável”. A vizinhança reclama devido à infestação de moscas, baratas, ratos e urubus, além do mau cheiro insuportável. Em matéria publicada no “Estado de Minas”, assinada pelo repórter Luiz Ribeiro, é levantada a suspeita de contaminação de nascentes próximas ao lixão. Uma delas se encaminha ao rio Vieiras, que corta a cidade e chega ao rio Verde, afluente do São Francisco. A propósito de acidente ambiental, 385 municípios mineiros estão sendo intimados pela Fundação Estadual do Meio Ambiente ( FEAM ) para desativar seus lixões. Há quase dez anos o órgão expediu resolução determinando o fim dessas áreas a céu aberto. Elas são focos de doenças, de contaminação ambiental e de degradação humana, por atraírem famílias inteiras em busca de sustento. Em 2001, o Ministério Público Estadual firmou mais de 500 termos de ajustamento de conduta com prefeitos, que em maioria não honraram o compromisso de optar por aterros controlados ou sanitários. “Vamos começar a aplicar multas diárias e estamos no fim dos levantamentos”, informou Francisco Fonseca, gerente da Divisão de Saneamento da FEAM, órgão vinculado à Secretaria do Meio Ambiente. Se Montes Claros não está entre as visadas, corre o risco de vir a integrar a lista, tal é a degradação predominante. Não fosse os entraves burocráticos, legais, administrativos e judiciais, é de se imaginar que a solução do problema do lixo em Montes Claros seria relativamente fácil, uma vez que aqui funciona unidade do grupo cimenteiro Lafarge, que domina a tecnologia de aproveitamento do lixo na produção de calor e na composição de cimento. A Prefeitura estaria estudando proposta dessa empresa, mas tudo esbarra no TCE, onde tramita a passos lentos o embargo das empresas que perderam a concorrência pública do lixo. O prefeito Luiz Tadeu Leite extravasou sua indignação no contato com a imprensa: “É preciso que o Tribunal esclareça se a licitação pode ser concluída. Ou então, que nos autorize a lançar novo edital. O que não pode é o aterro continuar como está”. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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