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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 28 de março de 2024

Abertura hoje da 47ª Exposição Agropecuária de Montes Claros - neste ano de forma virtual - teve apelo remoto do ex-ministro Paulinelli: “Se mantenham unidos, principalmente participando da vida nacional"

Terça 29/06/21 - 14h55


Divulgação da Sociedade Rural de M. Claros:



Com discurso otimista, Sociedade Rural lança oficialmente a 47ª Expomontes

"Hoje é dia de vitória!" A frase inicial do discurso de abertura da 47ª Expomontes de 2021 enfatiza o que uma das maiores feiras agropecuárias do país representa: apesar dos inúmeros desafios enfrentados durante o último ano, é tempo de celebrar e de evidenciar o que o homem do campo tem de melhor: resiliência e força.

Na manhã desta terça-feira (29), a Sociedade Rural lançou oficialmente, mais uma Exposição Agropecuária de Montes Claros que, desta vez, ocorreu de forma totalmente virtual. A nova roupagem possibilitou a expansão de horizontes, o encurtamento de distâncias e chegou ainda mais perto dos norte-mineiros.
Como bem pontuou o presidente da entidade, José Moacyr Basso, mesmo em meio a esse "novo normal", a Expomontes tem cumprido o seu papel de ser palco da economia regional, interação do meio rural, difusora de tecnologia, promotora de desenvolvimento, palanque de reivindicações, sala para debates e oportunidade de negócios.

"A Expomontes, evento que marca a grandeza do agronegócio do Norte de Minas, chega a sua 47ª edição com valiosa bagagem, e, enfrenta com coragem o grande desafio que a pandemia nos impõe. Hoje ela retrata o momento em que vivemos e toma posse de seu lugar de referência no cenário regional, em um formato diferente, mas com a mesma identidade, propósitos e compromissos. Neste momento, abrimos a Expomontes para viajar por ondas que nos permitem chegar aos quatro cantos do mundo. Inauguramos um evento online, e seremos capazes de alcançar um maior número de produtores rurais e interlocutores, com eficiência e rapidez", destacou Basso.

Um formato diferente exige inovação para todos os lados e, por isso, a esta edição foi desenhada em um ambiente virtual, mas sempre prezando o ator mais importante dessa história: o homem do campo. O público pode acompanhar de onde estiver os leilões, estandes, exposição de bovinos e equinos, palestras com filmagens em fazendas, e ainda ter acesso a agências bancárias com linhas de crédito diferenciado e prestigiar a feira da agricultura familiar no modelo delivery.

Nessa perspectiva, o presidente comentou que embora o cenário mude constantemente, os papéis da Sociedade Rural e da Expomontes permanecem: “uma entidade que promove o desenvolvimento do agronegócio e um evento que nos une em torno da nossa causa. E a nossa causa é produzir! A nossa causa é alcançar resultados com tecnologia, sustentabilidade e o respeito ao homem e ao trabalho. Porque somos os homens do campo, com as mãos na terra, plantando, acreditando nas sementes e na força do trabalho. E a Expomontes é a nossa casa”.

Reivindicações
Apesar de o agronegócio ser o carro-chefe do país e também ser uma das molas propulsoras da retomada da economia brasileira, o presidente da Sociedade Rural lamentou o fato de muitas vezes o produtor rural ser associado a adjetivos negativos no que diz respeito ao meio ambiente. Para ele, existem várias evidências de que, na verdade, o produtor é mais uma classe a somar forças na conservação da natureza.

"É preciso dizer que existe um movimento neste país que insiste em colocar o produtor rural como um grande vilão, como um depredador do meio ambiente, quando na verdade vivemos outra realidade. No Brasil, cabe ao produtor rural a tarefa de preservar o meio ambiente quando em outros países este papel é dos governos. Mas esta tarefa de preservar através de uma produção sustentável não nos assusta".

Para além das atribuições injustas, Basso demonstra indignação ao falar da indiferença quanto às dificuldades do produtor por parte dos órgãos públicos.

"Os entraves ambientais são hoje a principal pedra de tropeço do agronegócio, resquícios de uma ideologia que dominou o governo nas últimas duas décadas. Na esfera federal, já estamos sentindo ventos novos de mudança, como a simplificação de procedimentos e redução de exigências previstas no P.L. nº 3729/2004, da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, que foi aprovado no mês passado pela Câmara dos Deputados e seguiu para aprovação no Senado. Mas, na esfera estadual, contudo, os avanços são muito tímidos e, infelizmente, a situação está piorando, com novas exigências e burocracias criadas a todo o momento”, discorre.

Outra bandeira levantada pelo presidente está no posicionamento contrário à ampliação da área mineira da SUDENE. Vale lembrar que a Sociedade Rural trabalhou arduamente para que a região fosse incluída entre os municípios beneficiados da Superintendência, órgão importante no combate aos entraves causados pelas secas e ainda capta investimentos nas indústrias locais.

"A SUDENE veio para corrigir as distorções do Nordeste e do Semiárido norte-mineiro, com iguais dificuldades, e nos causa grande estranheza que regiões com outras características se beneficiem dos mesmos instrumentos, uma vez que não passam pelos mesmos problemas e possuem outros fatores que possibilitam seu desenvolvimento".

Homenageado Expomontes
Na mesma linha, o homenageado na Expomontes 2021, o Dr. Alisson Paolinelli também agregou conteúdo à discussão e foi enfático: A chamada área do semiárido brasileiro nunca foi problema. Ela é muito mais uma solução.

“O clima é extremamente favorável. Temos calor, temos luz. Temos solo e temos gente que pode fazer isso. Eu peço encarecidamente a essas lideranças do Norte de Minas, especialmente Montes Claros, que ela trabalhe no sentido que projetos como o de Jaíba possa ser completado. Faço advertência às lideranças do setor produtivo, vocês tem um campo político a favor”, aconselhou.
Ainda durante a fala, Paolinelli levantou algumas orientações para que os impasses ambientais sejam reduzidos.

“Se mantenham unidos, principalmente participando da vida nacional. E essas entidades que se organizam como a Sociedade Rural e o Sindicato Rural, são fundamentais para Montes Claros ter a liderança que ganhou em relação à produção de alimentos no mundo. Ainda temos muito a fazer. As posições que hoje ocupamos internacionalmente nos obrigam a estar a cada dia mais organizados, mais unidos, defendendo a posição da nossa área de trabalho, para que as políticas públicas estejam sempre ajustadas. O mundo depende de nós. Hoje, nós exportamos para mais de 200 países do mundo e abastecemos uma população aproximadamente de 1 bilhão de pessoas”.

Para finalizar, uma das soluções apontadas pelo ex- ministro da agricultura é a aproximação com as forças políticas e governantes, e ainda o uso planejado dos recursos hídricos.

Se vocês souberem utilizar, manejando de forma racional a água que dispõe, temos muito a ganhar. O Brasil é hoje um país rico em água doce. Fazendo o trabalho, vai dar resultado, como acontece no Oeste da Bahia, sendo também produtor de água. Trabalhando junto com o governo. O governo na área da irrigação e na área do uso dos nossos recursos colocou regras que ele mesmo não é capaz de cumprir. E eles travam, atrapalham. Os fiscais consideram os produtores verdadeiros inimigos. É uma tarefa urgente aproximar esses órgãos fiscalizadores dos produtores. Os produtores são verdadeiros homens que sabem manejar e produzir a água, produzir os alimentos. E eles têm que ser parceiros dos governos”, enfatizou.

Norte-mineiro resiliente
O prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania) também participou da cerimônia por videoconferência e destacou a maneira resiliente de viver do norte-mineiro.

“Por estarmos no semiárido brasileiro, a cada ano que passa, vemos a luta com as dificuldades naturais da seca desse produtor a quem referencio neste momento como aquele que está fazendo a oportunidade. Mostrando coragem, esperança, perseverança e sobrevivência às dificuldades enfrentadas pela falta de água. Mas, paralelo a isso, a região cresce, a região se desenvolve. Parece um milagre o que acontece! Se não fosse por essa capacidade de produzir e desenvolver, era impossível sobreviver nesse processo tão cruel como sofre a nossa região”, refletiu, Souto.

Diante das reivindicações levantadas, as palavras finais do presidente José Moacyr Basso dão indícios de que o caminho para solucionar os impasses está cada vez mais claro. “Da mesma forma em que apresentamos os problemas, apontamos a direção para as soluções. E as soluções sempre passam por vontade política, por conhecimento da causa, por valorização da atividade produtora, com o comprometimento com quem trabalha", finalizou.

Prestigiada
A Solenidade foi bastante prestigiada e teve a participação remota de diversas autoridades empresariais, classistas e políticas. O Governador de Minas Gerais, Romeu Zema Neto, enviou mensagem manifestando honra pela convite, “porém, por compromissos assumidos anteriormente, encontra-se impossibilitado de participar do evento e deseja sucesso”.

Estiveram presentes virtualmente: José Avelino Pereira, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros; Dario Colares, presidente do Sicoob Credinor; o Superintendente do Banco do Nordeste, Wesley Maciel; o Presidente do Sistema Faemg/Senar/Inaes/Sindicatos, Roberto Simões; o Secretário De Agricultura – Osmani Barbosa Neto; Wanderlúcio Ferraz Dos Santos, CEL PM - CMT da 11ª Região da Polícia Militar; delegado regional da Polícia Civil, Herivelton Ruas Santana; Delegado-Chefe, Gilvan de Paula; Fernando Augusto Alves Ferreira, Cel BM - Comandante Do 4° Comando Operacional de Bombeiros; Presidente da Amams, José Nilson Bispo de Sá; Presidente da Câmara de Vereadores, Claudio Rodrigues; Os deputados estaduais, Carlos Pimenta, Zé Reis, Tadeu Martins Leite e Arlen Santiago; deputado federal, Delegado Marcelo de Freitas; o Senador da República, Carlos Viana; e da secretária de agricultura do Estado de Minas, Ana Maria Soares Valentini.

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