"Olhe bem as montanhas - sempre mudas. Capazes de serem ouvidas, e entendidas, no Grande Imenso Silêncio"
Terça 07/06/22 - 11h19Notícia publicada originariamente, com imagens, no @montesclaroscom - Clique aqui para ir e seguir o @montesclaroscom no Instagram
Pouca gente sabe, pouca gente contempla:
A filmagem é do Morro dos Dois Irmãos, “nessas noites de luz mais belas do que a aurora”; (sim, noites mais belas do que a aurora, nesta noite.)
O Morro dos Dois Irmãos está localizado na parte norte da cidade, dos montes, claros.
Nem a importância histórica, sequer sua identidade simbólica, e documental, impediram que se convertesse num espectro de si, pois existe, resiste, como silhueta.
Peitos de pedra, regaço - é fácil ver, assimétricos.
Sua face não visível está definitivamente esfarinhada pelo calcário que levaram, convertido em milhões de toneladas de cimento. Deixou de existir.
Nesta noite, então - em que chamou, buscou a filmagem, símbolo que é do Tao - de nada reclama; mas diz, nimbada pelo rebuço vermelho, que seguiremos tendo noites frias.
Olhe bem as montanhas - sempre mudas.
Capazes de serem ouvidas, e entendidas, no Grande Imenso Silêncio.
(Se quiserem, se tiverem boa vontade, saberão que há equivalente no sul da Índia.
Arunachala é o seu nome, e um Sábio ao seu pé morou, em silêncio perpétuo.
Busquem. É possível achar, aqui ou mais longe, pois as pedras falam, murmuram em silêncio, como rios e riachos)